Analisando o diálogo entre dois colegas que se dizem ateus (e sempre fazem questão de lembrar isso, mesmo que ninguém lhes peça a opinião e mesmo que seja completamente desnecessário) pude notar claramente que são dois jovens idealistas, cheios de planos e de sonhos, como a grande maioria dos jovens de hoje. Em busca de status, em busca de fama, em busca de dinheiro, em busca de relacionamentos. Um deles é excessivamente cristofóbico e ambos são escarnecedores gratuitos. A fé de outras pessoas os incomodam profundamente e por mais que se esforcem em negar, isso fica evidente a cada vez que se deparam com um tema que envolva o nome Deus. Mas, claro, o Deus cristão, o único e verdadeiro. Se alguém pronunciar um 'namastê', um 'oxalá' ou um 'hail satan', esses dois colegas ateus provavelmente ficarão indiferentes. Mas experimenta falar em Jesus Cristo! É como falar sobre alguma pessoa que outra, cheia de amargura e ressentimento, detesta. Esta jamais perderá a oportunidade de criticar ou até difamar. E é exatamente isso que esses dois fazem. Criticam o que gostariam que não existisse, embora em seu íntimo, com a certeza de que ambos têm que não há como provar a inexistência divina, tenham plena consciência de que podem estar equivocados.
Se não há como provar que Deus existe, menos ainda se pode provar o contrário.
Entretanto, a fé dá ao cristão a certeza absoluta de que existe um Deus criador, onipotente, onisciente, onipresente e transcendental (e que jamais será explicado). Porém, estes dois colegas ateus, a exemplo da grande maioria dos céticos, optaram por ficar 'em cima do muro', como se isso fosse a escolha mais racional. Como se o ateísmo fosse lógico!
Apesar de respeitar a 'crença' absurda destes dois colegas ateus, não consigo entender porque dois jovens que afirmam não acreditar em Deus agem exatamente como os jovens cristãos: traçam metas, fazem planos e alimentam sonhos. Ou seja, eles agem como se a vida tivesse sentido e houvesse um propósito maior nas coisas mundanas. Em matéria de ideologia eles até podem agir como ateus, mas nunca em matéria de comportamento!
Bom, pelo menos quando eu era ateu, comportava-me exatamente como tal: "sexo, drogas e hard core! No future! Viva o niilismo! Sem Deus, sem pátria e sem patrão". Ficava dias fora de casa, não dava qualquer satisfação a ninguém. "Ora, Deus não existe, foda-se o mundo, foda-se a humanidade!" Resumindo: eu fui mais ateu que esses dois ateus juntos.
O que vejo no comportamento deles é um contraste entre a moralidade de Deus e a moralidade que eles 'inventaram', 'adaptaram'. No fundo isso é bom, pois se um insensato ateu radical e militante como eu fui pôde ser capaz de compreender que Deus é tão óbvio quanto tudo o que vemos e tão inexplicável (e inobservável cientificamente) como o pensamento, sei que um dia estes dois colegas, ao adquirirem mais amadurecimento e, sobretudo, conhecimento, hão de também admitir o quanto estiveram errados.
Mas, tudo é uma questão de escolha. Tudo é uma questão de livre arbítrio.
Nada foi capaz de me convencer do contrário quando eu estufava o peito e dizia "Deus não existe". Nada e nem ninguém. Nem mesmo a possibilidade real da morte (e não foram poucas), nem mesmo o amor de meus pais, nem mesmo os tantos diálogos com cristãos.
Muitos dizem que chegaram a Deus pelo amor ou pela dor, mas eu cheguei a Ele pela curiosidade e consequentemente, pelo conhecimento.
Enfim, o que sei com toda certeza é que estes dois colegas ateus estão muito mais próximos de Deus do que eu estava quando era ateu.
E eles têm uma grande vantagem: na minha época eu tinha que buscar o conhecimento nas bancas e bibliotecas, nos cursos de parapsicologia fora da minha cidade; hoje os livros e o conhecimento são muito mais acessíveis.
Aceitar Deus no coração só é possível quando o aceitamos primeiro em nossas mentes.
"PENSAR COMO ATEU É FÁCIL. Também não é difícil viver um ou mais dias como tal. Porém, VIVER COMO UM ATEU POR ANOS A FIO, NA PRÁTICA, É ABSOLUTAMENTE IMPOSSÍVEL! Das duas uma: ou se morre em consequência de uma vida sem propósitos e sentido objetivos, ou se deixa de ser ateu."
Renato J. Oliveira 13 de outubro de 2016